quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Biblioteca de Tipos Urbanos - "Primeiro" ,"Segundo" e Tércio

Segundo

(2°)-Porra não to com paciencia pra nada hoje
(1°)-Por quê você té dizendo isso?
(2°)-Ah meu ! Irritou já!! A gente fica aqui esperando uma coisa acontencer e nada rola!!! Já to de saco cheio ....
(1°)-E o que tem a ver isso? A gente não tem pra onde ir mesmo....
(2°)-Como não ?! E aquele cara ali? Aquele grandão. Ele vem sempre de algum lugar! E aquele baixinho peludo? Po!!! Até pela janela eu já vi ele pulando!!!! E a gente só fica aqui o dia inteiro....
(1°)-Somos PEIXES!!!!!!! Vivemos na agua!!!! Não tem aguá la fora, não da pra respirar
(2°)-Como não?
(1°)-Ué! Não dá! E outra: não temos pernas - ó só.... ó lá o grandão - Cê viu? Ele só anda pra frente e pra trás.... ele pisa com as pernas e anda. A gente nada... flutua... NA AGUA
(2°)-...
(1°)- Que foi? Que bico é esse?
(2°)-......... quanto tempo você ta aqui?
(1°)- Eu ? Sei lá.... já faz tempo paca
(2°)-....e é sempre essa mesma merda......... ?
(1°)-Bem..... é!
(2°)-Voce nunca faz nada pra tipo....sei lá..... se divertir?
(1°)-Ah.... tem aquele castelinho lá embaixo
(2°)-Po! Aquilo é uma bosta !
(1°)- Ah.... ela tem seu charme....
(2º)-....
(1°)-Uma vez eu vi aquele grandão tropeçando no cadarço.... Foi engraçado....
(2°)-?
(1°)- Ah podia ser pior vai...
(2°)-É.... podia ser mais apertado
(1°)-É!! Ou... sei lá.... a gente podia não ter o castelo
(2°)-Aquele castelo é um lixo
(1°)-Ele é bacana - sério mesmo
(2°)-Você não é um peixe...... é um camarão.... Se é que me entende
(1°)-Você já foi no castelo?
(2°)- Eu não!! Mó porcaria de castelinho idiota.....
(1°)-Ele solta bolhas
(2°)-Ahn?
(1°)-Bolhas....!!!!!

Tércio

Deitado em uma noite de chuva, ouvindo o som que bate nos vidros e o burburinho na tv ele se senta na cama.
Olha pro lado e vê apenas as cobertas espalhadas e o travesseiro - quase como se a cama tivesse sido cenário de algo.
Deita novamente a cabeça no travesseiro e leva o dedo aos labios, tocando de leve enquanto suas lembranças o levam a um lugar melhor. Longos segundos que o leva a infinitos minutos - Lembranças curtas e interminaveis se alternam em sua mente, junto a uma corrente desfigurada de sentimentos que é içada pelo seu cêrebro. A cada lembrança mais e mais é erguido e mais e mais os sentimentos expressa novas formas de sua alma.
O corpo segue estatico - a mão nos lábios, os segundos torturantes e acima de tudo a presença invisivel de um passado que não sabe ter existido.


Primeiro

(1°)-Viu?
(2°)-Uau.....
(1°)-Eu disse.
(2°)-Poxa.... será que lá fora eles tem alguma coisa assim?
(1°)-Talvez.... mas acho que é dificil.
(2°)-Eles que se danem.......

domingo, 27 de janeiro de 2008

Pequenos comentários sobre Quinta 25/01

Fui a um aniversário do outro lado da cidade - era uma festa a fantasia.
Eu não tenho nenhuma e me virei com uma jaqueta de couro e calça jeans mesmo, é a mais tradicional das desculpas pra quem não tem uma fantasia.
Da festa pouca coisa pode ser comentada - foi legal: nem boa nem ruim - mediana e fez passar o tempo. Muito samba e muito funk e como faz bem deixar a cabeça aberta pra tudo foi isso que eu fiz.
Ao ouvir aquela do "Agora eu to solteira e não vou mais me segurar" , ir de sainha e tudo mais, bem ... aquilo me fez pensar em algumas coisas da vida e em algumas pessoas. Pouco depois me peguei ouvindo "Tudo o Que Você podia ser"e foi um exercicio e tanto confrontar as duas músicas e toda a situação que elas narram. Me vi ainda mais fugitivo do mundo nesse momento - mas é assunto pra outro dia (pensei várias coisas)
Na volta passamos uma rua lotada de caminhões estacionados - alguns com cortinas fechadas, outros nem isso. A rua se chamava "Avenida dos Poetas" - acredito que viajar a vida inteira possa as vezes aumentar a forma subjetiva de ver a vida..... talvez tenha um fundo de verdade nessa coincidencia.



Não to inspirado ;D - só queria falar disso
algum dia eu faço os "grandes comentarios"

o_O

Outro dia eu tava pensando

Meu quarto é uma piscina
As paredes uma prisão
O ar é agua
E a gente nada
E a porta é passagem e mudança
E a janela é fuga e escapismo
E ar é pensamento e agua é emoção
E a porta é permissão e conformismo
E a janela é covardia e ilusão
E a rua é oceano e o quarto é piscina
E a piscina é tranquila e o mar é revolto
E a gente nada

eu tava tomando banho quando pensei isso...... (é verdade)

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Dois documentarios e eu

Como já havia antecipado vou falar dos filmes que mais gostei ano passado - que por sua vez eram documentários
Eu raramente vou ao Cinema - ano passado devo ter visto só dois ou três filmes. Em casa, como tenho subrinhos , irmã, mãe pra dividir o aparelho eu raramente tenho paciencia pra ver algo.... gosto de assistir e ter tempo de pensar no que to vendo e muita gente falando em volta pode ser chato (ou eu sou anti-social com minha familia o_O sei lá)
De qualquer jeito - eu gosto de filmes mas raramente eu assisto.

Gosto de muita coisa que não faço e faço muita coisa que não gosto, da pra resumir assim (ai ai.... eu não to nos meus melhores dias hoje).

Estudando perto do Centro Cultural São Paulo muitas vezes vou pra lá como refugio, seja esperando a aula começar, seja porque acabava antes. Muitas vezes fui pra lá por ir - não tinha bons programas de fins de semana e sabia que algo estaria acontecendo. Era/é o meu quintal.
Foram nessas situações que os vi - e como sabemos, a sala escura (mesmo uma pequena) garante um clima perfeito pra se impressionar com um filme desconhecido
Esses filmes não foram os únicos, melhores ou qualquer coisa assim. Não tem a ver com estilo ou têcnica, com relevancia ou o que for. É simplesmente o caso de ter entrado na sala sem saber o que ia ver e sair consciente de que "uau...." Manjo ;D?
Videograma de uma revolução França, 1993, cor, 105’, 35mm

Era uma semana inteira dedicada ao Harun Farocki, documentarista alemão - Vi 3 filmes mas nenhum me impressionou tanto quanto esse.
Mais que um "documentario" é um "documento" histórico - ou melhor, uma coleção de documentos: Um apanhado de gravações caseiras e oficiais que mostram a revolução romena de 89.
Sem tanta intenção de defender uma causa ou lado mostra o que foi gravado por moradores, pessoas nas manifestações de rua nos ultimos dias de Ditadura, desde o ultimo discurso do até a morte do antigo lider, uma semana depois.
De mais chamativo pra mim foram as "negociações" entre os representantes da TV Estatal e os lideres, o momento que o exercito abriu mão de lutar contra a população e permitiu que eles invadissem as ruas, a fuga do ditador da sede do governo (em 3 angulos diferentes ;D) e outras coisas que não me lembro u,u.
Se você ficava se perguntando "como acontecia uma revolução?" aquele filme da uma demonstraçãozinha da primeira revolução "filmada" da história.

"Farocki e o co-autor Andrej Ijica recolheram filmes amadores e emissões da televisão estatal romena, depois da sua ocupação por manifestantes, em dezembro de 1989. São imagens e sons da primeira revolução histórica, na qual a televisão desempenhou um papel fundamental. Com Thomas Schultz."

Crônica De Um Verão
Chronique D'Un Été (França, 1960).
De
Jean Rouch. Cores. Duração 90’.
Você é feliz ? Numa proposta de Cinema Verdade (que me fez entender ainda mais o Coutinho) Varias pessoas são interrogadas sobre isso - chegando até os "personagens" principais. Falando sobre sua vida, seu passado, os cruzando, eles vendo o filme no final dando suas opiniões - do filme e das outras pessoas que participaram.
Coutinho bebeu (muito) disso e como eu gosto do estilo dele..... ;D tenderam né?

"Durante o verão de 1960, o sociólogo Edgar Morin e Jean Rouch pesquisam sobre a vida cotidiana dos jovens parisienses para tentar compreender sua concepção de felicidade. Durante alguns meses este filme-ensaio segue, ao mesmo tempo, tal enquete e também a evolução dos protagonistas principais. Ao redor da questão inicial « Como você vive ? Você é feliz ?», rapidamente aparecem problemáticas essenciais como a política, o desespero, o tédio, a solidão… Finalmente, o grupo interrogado durante a enquete se reúne em torno da primeira projeção do filme acabado, para discuti-lo, aceitá-lo ou rejeitá-lo. Com isso, os dois autores se encontram diante da experiência cruel, mas apaixonante, do « cinéma-vérité », ou seja, do cinema- verdade."

sábado, 19 de janeiro de 2008

Os documentarios e eu ;D

Quinta Feira vi "Jogo de Cena" do Eduardo Coutinho - o que me motivou a falar um pouquinho de documentários aqui.

No geral eu não ia muito com a cara dos documentários. Os primeiros da minha vida eram lentos e me passavam aquela sensação insossa de Discovery Channel e suas familias de Guepardos; os seguintes eram os americanos que - eram bons - mas depois de um tempo me passavam uma sensação incomoda de Panfletarismo. As idéias defendidas eram boas e justas, ok.... mas ainda sentia falta de um contra-ponto e isso me afastava deles depois de um tempo.
Carreguei essa cisma comigo por um bom tempo.... Eu via documentários mas eles não me satisfaziam e por mais surreal que possa ser o que me fez mudar a opinião foi o jornalismo esportivo (o_O) da ESPN Brasil na Copa de 2002.
Já falei essa estória inumeras vezes pra alguns amigos mas lá vou eu de novo: Nesse ano o canal não tinha permissão para mostrar os jogos dai a alternativa usada foi a de mostrar pessoas assistindo as partidas
Eu não lembro de praticamente nada com excessão do dia que o Brasil jogou contra o Porto Rico (ou era Costa Rica?) e a idéia era "mostraremos o jogo do ponto de vista da Costa Rica" (ou era Porto Rico?) - Foram então a uma cidade (acho que ) no interior de Góias com o mesmo nome.
O andamento da máteria e os personagens que surgiam na cidade - junto com a propria sacada do nome - me fez mudar a birra com o telejornalismo e , consequentemente, com os documentários: Dava sim pra contar boas (e verdadeiras) estórias sem cair no panfletarismo ou no sono.
Com o tempo vi outras coisinhas aqui e ali que foram me dando maior boa vontade com o gênero e me fez chegar a esse ponto que estou - assisto como assistira um drama ou uma comédia, morreu o preconceito.
O Coutinho ajudou um pouco a perder esse tipo de birra, assisti "Cabra Marcado Pra Morrer" e parte do "Edificio Master" na faculdade e gostei, fiquei tambem interessado em "Babilônia 2000".
A confirmação do respeito por ele foi com "Jogo de Cena" que desde seu lançamento era o filme que eu mais queria ir assistir (mas me enroleeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeei) dessa safra de verão - a tal da safra dos Oscarizaveis à proposito......

Atual filme que tá em minha mente (depois de "O Gangster") é "Santiago" mas bem..... estou realmente achando que eu demorei muito pra ir ve-lo e logo logo nem da mais - já ta a muito tempo em cartaz e bem..... eu me enroleeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeei


Proximo post vou falar sobre os filmes que mais gostei ano passado (eu quase nunca vejo filme =//////////////////// ) - e ... ora vejam só ? eram documentarios (viva o CCSP!!! Vi todos de graça =D)

(sim, to querendo evitar posts gigantescos..... minha ideia inicial era falar deles nesse post mesmo)

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Sobre a própria existencia pt. 2

Estava conversando no (para mim) já tradicional chat de Last.fm no orkut quando veio o assunto blog. Eu lamentava a falta do que poder postar quando - ao longo da conversa - surgiu um (relevante) tema que já tava mais ou menos previsto no meu caderninho e só esperava o momento pra ser exposto.

Chegou a hora =)

Mesmo já tendo decidido por topar a ventura bloguica, por vezes eu sou atacado por uma série de dúvidas. Ficar nú não é facil pra todos e se despir diante de uma janela pode ser bem embaraçoso.
A aqueles que vão olhar corriqueiramente a melhor escolha por vezes é dar de ombros, talvez até provocar - ele não tem imagem pré-estabelecida sobre nós, somos telas em branco que, não importa se para o bem ou para o mal, ainda serão preenchidas (e não rasuradas)
A aqueles de grande contato no entanto, talvez surpreenda esse ou aquele detalhe da nossa nudez: Como explicar após muito tempo junto que temos um dedo a mais no pé, uma ferida de infancia não cicatrizada...? É claro que não to falando de verrugas ou marcas de nascença - o ponto é o receio de adulterar imagens já (e bem) estabelecidas com uma superexposição sem vergonha das nossas vergonhas.
Sim - eu acho que ainda posso falar coisas muito banais que poderão ser vistas como anomalias.
Tenham em mente que a insegurança e a culpa são muito mais comuns que gostariamos de falar, e eu vou falar

13/12/07

Tirando uma ou outra correção era isso que tinha sido escrito. Relendo eu penso que no momento o meio receio era com a possibilidade de eu falar demais sobre minhas neuras
Hoje eu já tenho um blog que ta pra completar seu primeiro mes - posso concluir que não é só a neura que pode ser estranhada... o proprio processo de criação é estranhado.
Me faz pensar que pra cada pessoa que, algum dia, criou algo houve uma sensação de ou espanto ou deslumbre daqueles que o cercavam
Não que eu me veja como um futuro gênio.
Não que o escrito seja revelador (ou desvanecedor[?]) da minha pessoa.
Não que o escrito seja a máscara.
É algo que eu pensei, em determinado momento, que eu senti em determinado momento, que eu extrapolei, produzi, inventei, criei, cogitei, supus, quis, determinei..... ou menti, se for o caso.

É um produto meu, não uma amostra de mim.

Mas que pode calhar de parecer comigo.... ah isso pode u_u' (não mentirei né ?)

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Lição da semana u_u

ricardo diz:
pacotin com 10, usei 2
ricardo diz:
tem 8
ricardo diz:
(sou o rei da matematica)
Diego diz:
eita
Diego diz:
maravilha
Diego diz:
XD
ricardo diz:
;D
ricardo diz:
sei ao contrario tambem
ricardo diz:
usei 2, tem 8
ricardo diz:
eram 10
ricardo diz:
=D
gaia diz:
mas eh ruim de geometria
ricardo diz:
sou não u_u
ricardo diz:
sou o principe da geometria
ricardo diz:
;D
ricardo diz:
e o barão
ricardo diz:
da fisica quantica
ricardo diz:
u_u
ricardo diz:
sou toda uma corte
gaia diz:
me falo ontem q o semi circulo parecia o trapezio
gaia diz:
><
ricardo diz:
é que eu tinha playstation 1
ricardo diz:
se voce ve um trapezio na tela
ricardo diz:
voce sabe que é um semi-circulo no jogo
ricardo diz:
( melhor explicação que eu já dei na minha vida)

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

De graça

Eu hoje sou dono de uma piramide. Tambem decidi pegar um copo de vidro, acho que era de azeitona - desses pequenos - como oficial pra meu café.
De uma forma geral são trivialidades bobas e a esmo mas com o sabor de "é nosso" que faz delas valiosas - mesmo que de mentirinha.
O "nosso" é diferente do dele, do seu ou de qualquer outra coisa, o gosto é unico e particular - em um mundo que vive pela ideia de sociabilização e individualidade o "nosso" é pra lá de defasado, ainda que bem.... comum.
A gente se orgulha do nosso celular, da nossa camera, dos nossos amigos, da nossa casa, das nossas neuras, dos nossos bichos, dos nossos brinquedos, do nosso programa preferido... do nosso, do nosso, do nosso, do nosso. E eu tambem, eu gosto do meu.
Minha piramide, meu copo de café...
Acho que o valor da minha piramide é só meu, assim como o do copo de café.
O sabor do café é universal a todos que tomam café - o sabor do copo não vai influenciar nesse gosto normalmente.O celular, os brinquedos, as neuras, a camera, o isso, o aquilo, o aquele outro lá não é igual.... ele vale pelo que faz, pelo que custa, pela dificuldade que se teve pra se ter. Nem todos desses valores são particulares - alguns são reais e outros são atribuidos.
Minha pirâmide tem valor particular - assim como meu copo.

O valor eu dei.
Eu inventei e dei - eu paguei o valor que eu inventei.
Ninguem vai dar o mesmo valor - ninguem vai saber o valor.

Acho que vou dar um nome pra minha piramide.... e pro meu copo.
Assim como todo o resto a gente da valor aos nomes, ainda mais aos nomes que damos.
Damos valor as pessoas - valor que damos a nomes que outras pessoas deram...

Algo tá errado em um mundo onde o valor que todos dão vale mais que o valor individual ? ou seria o contrario?
De uma forma geral eu só concluo o seguinte:
Não nasci pra joalheiro