domingo, 30 de dezembro de 2007

Sunday Morning

Vou adotar esse hábito.... a cada virada de semana que eu tiver on vou por algum diálogo idiota e por aqui.
Dessa vez tive dois - é que no fundo no fundo muito de nós ta demonstrado nesses pequenos atos certo?


ricardo diz:
sabe
ricardo diz:
tem músicas que nos trazem lembranças de momentos
ricardo diz:
pra grande maioria das pessoas são momentos poéticos
ricardo diz:
comigo me lembram coisas idiotas
ricardo diz:
do tipo "a primeira vez que eu me toquei que eu tava ouvindo essa música"
ricardo diz:
heavy metal drummer do wilco me faz lembrar
ricardo diz:
de descer a escada do shopping paulista
ricardo diz:
dai eu penso "po, que merda de recordação'
ricardo diz:
mas é o que eu me lembro
ricardo diz:
eu tava descendo a escada quando ouvi a música
ricardo diz:
dai sempre que eu ouço minha lembrança volta no tempo
ricardo diz:
e eu desco a escada do shopping
ricardo diz:
realmente.... que merda de lembrança
Dazzy Jones and those bloody Xmas gifts diz:
ahahahahahahahahaahhaahahahaahhaaha porra
Dazzy Jones and those bloody Xmas gifts diz:
nao e exatamente lembranca q de monologo de filme
ricardo diz:
num da , definitivamente num da
ricardo diz:
eu preciso de novas situações pra gerar uma lembrança legal



Matheus diz:
cara
Matheus diz:
falaram aqui a pouco
Matheus diz:
que branquelos tem mais resistência ao alcool
Matheus diz:
confere?
ricardo diz:
sei la
ricardo diz:
eu nao bebo
ricardo diz:
e nem sou branco
Matheus diz:
entendo
Matheus diz:
sou branco mas nem bebo
ricardo diz:
ce teria
Matheus diz:
como saciarei essa curiosidade?
ricardo diz:
que ser os dois
ricardo diz:
bem
ricardo diz:
sendo branco
ricardo diz:
bebendo
ricardo diz:
anotando
ricardo diz:
morrendo, nascendo de novo
ricardo diz:
preto
Matheus diz:
mas tipo
ricardo diz:
pegando o papel
ricardo diz:
lendo
ricardo diz:
e bebendo de novo
ricardo diz:
e anotando
Matheus diz:
to falando dos brancos tr00s
Matheus diz:
aqueles alemães doidões lá
ricardo diz:
o que é troos ?
ricardo diz:
ah ta
Matheus diz:
eu não sei se sou branco tr00
ricardo diz:
sei la
ricardo diz:
eu nem sou branco
ricardo diz:
=D
Matheus diz:
huaaheueahae
Matheus diz:
não podemos
Matheus diz:
resolver essa questão
ricardo diz:
bem
ricardo diz:
o lance é descobrir se voce tem ou não
ricardo diz:
e não se sua predisposição genetica tem
ricardo diz:
voce tem histórico de vicios na familia? eu acho que isso conta
Matheus diz:
não
ricardo diz:
isso já é legal
ricardo diz:
eu tenho histórico =p
ricardo diz:
é um dos motivos que não me faz querer beber
ricardo diz:
noventa por cento dos meus tios bebem até cair
Matheus diz:
auhuahuhaah
Matheus diz:
excelente
ricardo diz:
o outro que não bebe
ricardo diz:
virou evangelico
ricardo diz:
mas ele tinha histórico de ser tarado
ricardo diz:
ja chega a ser um vicio certo?
ricardo diz:
eu sou viciado em café
ricardo diz:
acho que eu tenho tremores se eu fico sem beber
ricardo diz:
ou eu tenho quando bebo muito - nao sei
ricardo diz:
eu num fico sem beber café - dai é dificil
Matheus diz:
poisé eu preciso parar de tomar isso
ricardo diz:
qual tua media de café?
ricardo diz:
sabe
ricardo diz:
a gente realmente é um bando de bosta - quer dizer
ricardo diz:
a gente só bebe café
ricardo diz:
e ja ta no "é.... eu preciso parar"
ricardo diz:
¬¬'?
Matheus diz:
poisé
Matheus diz:
vou tomar café

sábado, 29 de dezembro de 2007

Biblioteca de Tipos Urbanos - Tobias

Tobias levantou cansado.

Olhou a janela cansado e sem o minimo de animo recostou a testa no vidro. Carros corriam e pessoas andavam, movimentação no imperio dos ruidos.
Tobias boceja enquanto atravessa seu quarto, sentando na poltrona no canto oposto do comodo - reinava o silencio.
A poltrona e a janela eram distantes uma das outras. Tobias se esforçava para ver algo. O som, a luz, as pessoas, os carros; nada chegava a ele... no máximo um avião ou um helicoptero - o que era pouco.
Tobias franziu a testa, balançou o rosto negativamente e se levantou. Foi para trás da poltrona, estalou os dedos e a ergueu desajeitadamente e a carregou .... 1...2...3 passos - tropeçou em um sapato e deixou a poltrona cair.
Tobias caminhou até a janela e tocou o vidro - caminhou até a poltrona e a tocou. Ele saiu





Tobias volta com uma vassoura - retira o que havia entre sua poltrona e sua janela: espalha para os lados, para a frente, para tras. Um festival de papeis e poeira, roupas e livros, sapatos e tenis e caixas e Tobias sorriu apenas para ficar sério novamente.
Se encurvou e puxou a poltrona - arrastou, arrastou, arrastou. O som arranhado e sofrido cortava o silêncio.
Tobias se sentou espremido entre a parede a poltrona. E entre o conforto triste da sua casa e o desconforto incomodo e cinzento da rua ele ficou. Colou os olhos se encurvando pra frente - tocando a janela fria e empoeirada com sua testa suada.
E em um novo esforço, após um bom tempo parado, chateado e já sem esperanças Tobias diz:
-Eu preciso de tv a cabo.....



(nem lembro quando escrevi isso - só lembro que tava no onibus)

domingo, 23 de dezembro de 2007

Sobre Iron Maiden

Sonhei com dois amigos que não falam tanto comigo quanto já falaram - em dois sonhos diferentes. Acordei com Just Friends da Amy Winehouse na cabeça.
Isso era muito filosófico para um domingo de manhã.
Fui incomodar o Bruno (antes conhecido como Fenix) com qualquer outro assunto - começou a tocar Iron Maiden.... era uma boa chance para largar o pensamento e partir para as abobrinhas certo?


ricardo diz:
Inveeeideeeeeeerrrs !!!(fazendo falsete)
Aeee !!!
Vou cantar em falsete com um monte de desconhecidos cabeludos e sujos que jogam rpg , de preto!
o_o Acho que vou apanhar ....
Bem... eu conheco pelo menos umas 3 pessoas que vão entao é eu me esconder com elas u_u;

-convenhamos, no Devo eu nao conhecia ninguem. Três é o maracanã em dia de clássico pra minha vida social-

Cara...
<--- The number of the beast. Eu juro que eu fico todo teatral ouvindo essa música: eu fico gesticulando, pensando aquela coisa meio "ser ou não ser". Fico bem elizabetano ;D Eu me pergunto se em uma multidão de desconhecidos de pretos todos vão gesticular e ficar elizabetanos com isso...
Dazzy J diz:
hahahahahaahahahahaahahahahahahaahahaha
Ih Tenho certeza . Vai ter o grupo das gesticulações e o grupo do air guitar

ricardo diz:
Ah. Agora eu to em duvida... onde que eu fico ein?
Acho que eu vou olhar pro lado.
Se tiver na esquerda o air guitar e na direita o air bass e atrás a gesticulação eu vou pra batéria mesmo.
=D Um milhão de air bandas uau !

Dazzy J diz:
jaahaahahahahaahhaahhahahahahahhahhaah]


(sim, eu editei a formatação - vocês sabem que eu falo tudo picado)

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Sobre pipas

Fui - na minha cabeça de pipa - criado para voar.
O vento, a linha, o pote de aluminio... enfim - tudo o que existe a minha volta é para que eu voe. Por vezes o vento esta forte e sou erguido, a criança que me auxilia vai desenrolando e eu vou flutuando até onde a linha permite; dali aonde ela acaba é seguro o suficiente para que eu voe por mim mesmo até onde eu quiser.
Quando o vento acabar eu vou cair suavemente e outro menino vai me pegar pela linha. Serei novamente enrolado em um pote - esse de plástico talvez - e vai repetir o processo.
E eu vou voar pra sempre assim


No entanto eu nunca vou até o meu limite.
As vezes o vento está fraco... as vezes o céu está escuro... as vezes outras pipas parecem e não se torna mais seguro (o céu é para apenas uma pipa, todos sabemos) - é compreensivel nessas horas.
Mas as vezes é a criança quem fraqueja.
As vezes ele desiste e corre com outros meninos.
As vezes ele é chamado e vai para sua casa.
As vezes ele simplesmente me retorna (talvez não confiando no vento, quem sabe?)

Me pergunto se ele quer realmente que eu voe. Se ele não me fez simplesmente para me levar até o limite e me trazer de volta - tirando o meu prazer maior que é a liberdade do movimento.
Voar, flutuar no vento - é muito bom.
Admito que quando caio (E já cai algumas vezes) doi - e que algumas vezes temi nunca mais poder voar novamente.
Admito que sem a criança pra começar a me erguer - e tambem para cuidar de mim - eu perderia o prazer maior que eu possuo.
Que sem a linha eu perderia parte da direção - e não teria nem como voar e nem como retornar ao meu criador, o que tambem me impossibilitaria de voar.
Mas, mesmo sabendo disso, por quê eu não posso realmente voar sozinho?
Tudo o que existe, tudo para o que fui criado, é apenas para ir ao limite e voltar?
O que ganho com isso?
Por que eu fui criado pra voar se eu sempre tenho que voltar pro chão?
Se o chão é minha terra que se faça comigo o mesmo que com aviões de brinquedo, aliás - que me fizessem um avião de brinquedo!
Mas não.... o menino não quis assim - não quis e não me fez assim.

Ele, dia após dia, me faz voar ao limite e quando eu creio que vou alem e conhecer tudo aquilo que ele me leva a (quase) conhecer eu sou trazido de volta. E acho ainda pior quando ele não me leva, temo por não ter mais sentido.
Temo por nunca mais (mesmo rasante) voar e me pego rezando para ser levado de novo, apenas para depois lamentar a falta de liberdade e lamentar a crueldade de ser apresentado ao que é intocavel.
Lamentar o que não pode fazer e temer não fazer o que pode...... mas bem - é assim que eu sou. Eu sou uma pipa


(texto antigo - tem quase um mês, mas é sempre atual ;D)

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Meu erro

Eu acredito na felicidade e na fé
Acredito em inocencia
Não acredito em raiva
em pressa
em dinheiro
Acredito nas pedras e nas sombras
Acredito nas pessoas e até em mim
Acredito em certo - só em certo
Acredito que ainda faço sentido
Acredito em direita em esquerda
em leste e oeste
Acredito no passado
Nas velharias da minha infancia
Acredito nas mentiras da minha memória
Acredito nas minhas memórias e nas minhas mentiras
Na bondade de estranhos
Na alegria do momento
tristeza duradoura

Todo o resto eu duvido

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

O que não acontece

As palavras que eu nunca disse
Essas são as mais bonitas.
São puras, castas
Livres de qualquer critica ,
De qualquer julgamento,
De qualquer moral
Não foram maculadas pela minha voz
Deformadas pela minha letra
Tem a forma contundente de meu pensamento e que o meu pensamento à ela quis
São tridimensionais e etereas
São firmes como nada que eu fiz antes
São poéticas como nada feito antes
Ilusão encanta mais

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Escapismo (quase um exorcismo) otimista

"O que você tá fazendo ai parado? Subiu até aqui e nem vai vir me olhar?"
Se ele pudesse falar era isso que diria - eu tenho certeza. Iria sorrir e erguer os braços me saudando; agiria como velhos amigos, amigos para toda a eternidade.
O vento é frio e o horizonte é infinito - eu paro alguns minutos e tento me lembrar do por quê estou ali. Como tudo começou? O tempo em minha memória já não é como deveria ser.... Um ano!? Talvez menos... Mas por quê parece mais?
Uma voz ressoa na minha mente - vejo o horizonte. Realmente é muito alto, mais do que eu imaginava que seria...
Acho que foi por causa de uma foto. Será? Como eu cheguei ali? Um dia acordei e o lugar estava desenhado - achei que não existia e encontrei. Achei que seria passageiro e já se foi um ano. Achei que seria facil - mas só Deus sabe o que já passei. Achei muitas coisas mas não achei sentido praquilo...
Olhava a janela da minha casa e pensava na vida, olhava as nuvens brancas que se escureciam trazendo a chuva, via o tempo mudar - veio o desejo: Ir a outro lugar...um lugar.
Cheguei até ele e ele fala comigo "Você andou tanto e não vai vir até mim? Eu não sou o que você queria?"
Definitivamente não. Isolado e perigoso - o alto de uma pedra tão grande que parece uma montanha para quem ve de longe. O ar é frio e faz muito silencio. O céu é mais escuro aqui em cima... começo a sentir medo. Me dá a vontade de fugir. Será que ele vai me perdoar? Me compreender? O meu medo, os riscos que eu já passei....?
O penhasco nada fala - o grande vazio que se estende ao fim da rocha continua mudo. É claro, pedras não falam, eu devo estar enlouquecendo....
Me viro e penso em como voltar, penso na minha janela e nas nuvens brancas. O céu aqui é tão mais azul! O silencio é estarrecedor - me perturba profundamente - mas tambem me enfeitiça, me acalma.
Quase não percebo quando me vejo de pé a beira do precipicio. Eu estava indo embora, por que mudei de idéia? "Você não veio me ver?" Me diz o penhasco. "Sim - eu vim só pra ve-lo" é o que o meu corpo responde quando me sento no que seria a morte certa. É tão alto... o vento tão frio ! O céu é azul e as nuvens laranjas quando o sol começa a se por.
Sim, eu vim só pra você.


Não - não tem nenhum sentido simbolico ou metáforico ou qualquer coisa parecida =X (u,u''''')

domingo, 16 de dezembro de 2007

Sobre a propria existencia

Eu nunca tive coragem de ter ou construir um diário.
Achava uma coisa de meninas chatas e já por isso decidi (decidi?) que não teria algo assim me dedicando a coisas mais masculinas como... bem, como outras coisas.
Gostava de acompanhar esportes e toda a evolução tecnologica do mundo dos videogames - dos 8 bits aos 64 -mas da mesma forma que a maioria das meninas que eu conheço não assume ter grande interesse no universo fru-fru cor de rosa eu não curtia muito a presunção "eu sou foda" que é obrigatorio aos homens.
Na quarta série houve uma prova relacionada a livros - os meninos teriam de ler ler "O Fantasma que dançava no escuro" e as meninas teriam de ler "Rita esta crescendo": o livro macho era sobre um grupo de amigos de férias as voltas com um misterio envolvendo um fantasma - quase um episodio de Scooby Doo, enquanto o das meninas acompanhava cerca de 2 anos da vida da Rita, desde menstruação até fins de amizade e namoro - incluindo ganhar um irmão e perder animais de estimação- sob a forma de um diário. Achei o do fantasma sem graça enquanto as neuroses e euforias de descobertas da Rita me cativavam página a página.
Naquele momento perdi parte do meu trauma com diários mas não o suficiente - algo ainda me travava. Hoje pensando não duvido que pudesse ser a ao imaginário das pessoas, o lance do "e o que os outros vão pensar" e por afora - alem de outra parte, a de que escrever é se expor e pra algumas pessoas ficar nú na frente do espelho já o embaraçoso o suficiente.

Surgiu a internet

Fui avesso a ideia de Blog durante muito tempo os imaginando hora vazios, hora arrogantes, só tendo valor quando vinha de uma pessoa conhecida ou quando era informativo - e mais, tendo seu valor tambem medido por sua regularidade.

Mudei de opinião não é?