terça-feira, 21 de outubro de 2008

A visão

A primeira vez que eu tive foi em um abrir de porta - gesto simbólico e verdadeiro, quando penso que naquele momento algo novo se revelou a mim.
Minha vida já se tornara diferente, eu tinha visto e sabia que existia. Já visualizava sem precisar ter por perto, relembrava e refazia os gestos em minha mente.
Naquele dia, na manhã seguinte, o sol nasceu como nunca tinha nascido para mim. Eu vi sobre o mar se levantando e essa luz ficou para sempre associada em mim como lembrança da visão

A ultima vez que eu a vi mais foi exposto. Mais da sua forma, dos seus detalhes, mais do que era e por que era. E ela que me impressionou.... era mais viva que antes, mais complexa que antes, mais poderosa e sedutora. E diante disso eu não soube agir...

A memória ainda existe e a visão cativa ainda mais. A visão que se faz proxima e distante não abandona minha memória e em tudo só faz querer aumentar o desejo de te-la proxima e constante, sendo mais que visão, sendo mais que ilusão de ótica, sendo mais que reflexo ou sombra ou luz ou cor.

A visão me persegue na memória e eu a persigo desajeitado em vida - talvez incerto do que fazer quando encontra-lá, mas cada vez mais certo de que ela existe.

A ultima vez que eu tive a visão o céu se abriu para mim - era meio da tarde e o sol em meio as nuvens iluminou a estrada. Veio uma alegria, o sol era bonito, mas veio uma tristeza - era uma estrada de partida...
A memória pela visão, o amor pela visão, as formas que ela possuem ainda atraem, mais que me atraem e mais do que me seduz e mais do que me cativa..
Só queria saber demonstrar isso

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