quarta-feira, 25 de julho de 2012

Voltando a escrever.

Ventava forte, derrubando o vaso colocado sobre a mesa - mesa está que fora colocada junto a janela se imaginando ser um bom lugar para se refletir, olhando o movimento da rua. Nunca foi usado assim no entanto: servia para acumular coisas; compras, pratos, copos. Pequenos momentos de uso em uma vida corrida, sendo rapidamente limpa depois e com o vaso se mantendo.
Ventava forte e o vasou que caiu e não quebrou, derramou apenas aguá na mesa, que escorria fazendo um caminho, quase como o leito de um rio e fazendo sua foz ao fim da mesa aonde pingava, molhando o chão.
O barulho da queda do vaso não foi dos mais altos, mas abrupto, capaz de chamar a atenção de quem na casa dormia. Levantou-se de sua cama, caminhou até a sala de jantar e lá via o vaso inteiro e caido, a água da mesa até o chão e as flores espalhadas. Decidiu que não limparia, não naquele momento. Pensou em dormir mais. Se aproximou da janela para fecha-la e olhou a rua e a noite, nessa exata ordem, de baixo a cima.
Vázia, a rua não fazia sons e nem possuia movimentos.
Sentou-se a mesa e passou a olhar o vázio de sons, movimentos e luzes que era o céu e seu bairro.
Olhou a água e tudo aquilo que teria que secar e pensou mais um pouco sobre enxugar chão ou não, enxugar a mesa ou não, voltar para cama ou não.
O som da água pingando cortava o silêncio da rua, que junto do vento forte que entrava pelo espaço agora menor da janela ainda aberta, passava uma impressão maior de vázio.
Da rua, da casa e do vaso.

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